• Sobre mim

O xapo

~ Monólogos partilhados

O xapo

Monthly Archives: March 2015

Fisterras: Uma nova antologia do Grupo Bilbao

29 Sunday Mar 2015

Posted by pivonauta in Uncategorized

≈ Leave a comment

Tags

grupo bilbao, literatura galega

VVAA_FISTERRAS_PORTADA

A capa de Fisterras, obra de Lídia López Miguel.

Há vários meses, surgiu a hipótese de fazermos uma antologia bilíngue galego-francês para levá-la a um evento na França. Foi assim que pedim aos autores do Grupo Bilbao (GB) que me enviassem uma escolha de poemas para participarem na antologia com a ideia de serem traduzidos para francês e assim editá-los nas duas línguas. É uma tradição desde 2010 que o Grupo Bilbao publique uma antologia coletiva, de poesia ou microficção. Decorreram apenas uns meses desde a última antologia apresentada, Esferografias, e já íamos lançar-nos a um novo projeto literário com a Lastura.

Rafa Yañez

Rafa Yáñez

Porém, as cousas não saíram como estava previsto. A participação da editora, a Lastura, no evento ficou no ar. Daquela pensei que era mágoa deixar uma antologia assim esmorecer, porque já estava em marcha. Portanto, pedim ao meu grande amigo e companheiro de aventuras literárias Rafa Yáñez (veja-se aqui uma entrevista recente) que colaborasse comigo na coordenação do livro, o qual foi aceite por ele sem hesitar e preparou o limiar do livro.

Dessa maneira, propusemos aos autores continuarmos com o livro, mas apenas na versão monolíngue e com a intenção de o lançarmos para as Letras Galegas de 2015. Todos os autores aceitaram a proposta, salvo um, portanto, o livro começou a sua andaina. Porém, a nossa visão das Letras Galegas não se centra nos autores que escrevem apenas na norma ILG, mas em todos quantos escrevem em galego-português. Sob o título Fisterras, quisemos expressar que os limites do galego não existem, não são os limites do território galego. A filosofia da visão universalista da literatura galega vem recolhida na badana do livro:

O Grupo Bilbao é provavelmente o maior grupo de expressão literária galega fora da Galiza desde os inícios do século XXI. A sua andaina literária fezo com que escritores em galego, já fossem galegos ou não, espalhados pola geografia espanhola recebessem o apoio deste coletivo sedeado em Madrid. Desde há vários anos, o Grupo Bilbao celebra as Letras Galegas com um livro coletivo, onde participam nem só vários dos seus membros junto com alguns desses escritores galegos da diáspora, mas também três autores portugueses. Desta maneira, e sob o título de Fisterras, a literatura galega universal, com a presença de autores do sul do Minho, quer espalhar o conceito de fisterras, em plural, para além dos limites naturais da Galiza, porque a língua ultrapassa o território. O resultado desse desejo é este livro, onde se misturam harmonicamente autores de procedências várias, até com ortografias diversas, numa soa língua: a galego-portuguesa.

João Rasteiro

João Rasteiro

É assim que neste livro se encontram os autores habituais do Grupo Bilbao, como Luz Pichel, Manuel Pereira, Begonha Regueiro, Victória Veiguela, Ana Cibeira, Rafa Yáñez, Verónica Martínez e eu próprio, junto com outros autores que nalguma altura já têm frequentado as publicações promovidas polo grupo, como Yolanda López, Pilar Mera. Ao mesmo tempo, volta a publicar Montse Villar em galego, galega de nascimento mas residente em Salamanca, para acabar encontrando três autores portugueses, alguns dos quais têm uma intensa relação com a Galiza, mas que todos três sentem a literatura galega como uma unidade com a portuguesa na questão da língua; estes autores são João Rasteiro, Rita Capucho e Marília Lopes. A heterogeneidade está assegurada, pois trata-se de poetas com estilos, tendências e influências muito diferentes, de idades variadas, mas todos têm em comum o uso da mesma língua. De facto, junto com o verso comum, convivem prosemas, textos em prosa poética

galegos5

Como diz o texto da badana, embora seja uma soa língua, convivem duas ortografias no caso do galego. A ortografia não deveria ser um problema para avançar na crença da unidade linguística e, portanto, literária das duas beiras do Minho. E como nisso cremos, por isso apostamos.

Deixo aqui uma brevíssima mostra de poemas da antologia:

EXPRESSOS

Os teus olhos sabem a café.
Olhar vivo, vivido,
que bebo
até relamber os pousos.
Uma cunca de palavras viageiras
e segredos livres
de confusão gramatical.

Pilar Mera

[4]

Bato na sombra ingrávida da túa voz
coma unha cóbrega sen roupa,
coma o sol morno
no incendio das túas verbas abismais…
Así pouso o fume do meu alento
no teu corpo de terra crecente
agarimando o recanto
da memoria branca.

Yolanda López

[TÂNGER-LA HABANA]

Tu sonhas Tânger-La Habana
eu café Hafa

o mar as ondas
dous copos de chá

sem palavras
tu e mais eu
por este mar bravio

Rafa Yáñez

Recent Posts

  • Um passo para a frente, um passo para atrás
  • A educação bilingue, essa falsa panacéia
  • O Principezinho ~ El Principín
  • Os efeitos da egojuana
  • O fascismo, é uma doença?

Archives

  • May 2019
  • December 2018
  • June 2017
  • March 2017
  • February 2017
  • October 2016
  • August 2016
  • October 2015
  • March 2015
  • September 2014
  • August 2014
  • April 2014
  • March 2014
  • January 2014
  • October 2013
  • August 2013
  • June 2013
  • May 2013
  • April 2013
  • March 2013
  • February 2013
  • January 2013
  • December 2012

Categories

  • gaveta de alfaiate
  • Grupo Bilbao
  • lembranzas
  • literatura
  • literatura infantil
  • politica
  • politica linguistica
  • relacions humanas
  • sociedade
  • Uncategorized

Meta

  • Register
  • Log in
  • Entries feed
  • Comments feed
  • WordPress.com

Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.

Join 7 other followers

Blog at WordPress.com.

Cancel
Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
To find out more, including how to control cookies, see here: Cookie Policy